ÍNDICE
INTRODUÇÃO
No
presente trabalho propuseram-me falar sobre a Insónia, uma vez que insónia é a
dificuldade de iniciar ou manter o sono ou ainda a percepção de um sono não
reparador, com prejuízo na actividade social e, ou profissional.
Devido ao
grande número de pessoas atingidas e às suas repercussões, a insónia torna-se
um problema de saúde pública. Na maioria das vezes a insónia está relacionada a
uma redução da quantidade de horas necessárias para um sono satisfatório.
A
tendência não será esgotar a temática de um conteúdo bastante vasto, mas sim,
abordar em aspectos que achei importante no ponto de vista da minha
aprendizagem. Desejo assim, ao prezado leitor uma boa leitura e bons estudos.
1. INSÓNIA
1.1. Origem
e definição
A insónia é
uma palavra proveniente do latim, in “sem” + somnus “sono”
que quer dizer uma dissonia caracterizada pela
dificuldade em iniciar e/ou manter o sono e pela sensação de não
ter um sono reparador causando prejuízo significativo em áreas importantes da
vida do indivíduo. Do ponto de vista polissonográfico, é acompanhada de alterações
na indução, na continuidade e na estrutura do sono. Geralmente aparece no adulto jovem, é mais frequente na mulher e
tem um desenvolvimento crónico.
É o
transtorno de sono mais comum, respondendo por cerca de 25% das buscas em
clínicas especializadas em tratamento de problemas do sono. Cerca de metade dos
pacientes com insónia também tem depressão maior.
1.2.
Classificação
1.2.1. Classificação DSM IV
Segundo o
dicionário de saúde mental (DSM IV) a insónia pode ser
classificada como primária ou secundária. Primária quando ela é
a principal doença e secundária quando ela for sintoma de outra doença ou
efeito colateral de uma droga. A insónia como sintoma de outro transtorno é
duas vezes mais comum que a primária.
Além
disso deve-se levar em conta a principal queixa:
·
Dificuldade em iniciar o sono: Pode ser causado por
distúrbios do ciclo circadiano, consumo de estimulantes, eventos estressantes,
doenças neurológicas ou transtornos de ansiedade. Em crianças, isso pode se
manifestar como dificuldade em iniciar o sono sem a intervenção do cuidador.
·
Dificuldade em manter o sono: Caracterizada por despertares
frequentes, no caso de regularmente despertar por pesadelos passa a ser
classificado como terror. Pode ser causado por drogas, como álcool e nicotina, por dor crónica, ou a problemas
respiratórios, como asma e apneia do sono. Em crianças, a dificuldade
em voltar ao sono pode estar associada a intervenção do cuidador.
·
Dificuldade para voltar a
dormir: Mais
comum em idosos, ao despertar muito cedo o sono pode voltar durante a tarde.
Pode ser um efeito colateral, um transtorno endócrino ou estar associado a depressão maior.
1.2.2. Classificação por tempo
1.2.2.1.Insónias transigentes
As insónias
de transigente ou de curta duração são as que duram de poucos dias até três
semanas. Geralmente são causados por estresse grave ou persistente como
preocupações com a saúde própria ou de familiares; luto ou perda substancial; problemas familiares, profissionais ou de
relacionamentos.
1.2.2.2.Insónia intermitente
Caso os
episódios de insónia ocorram de tempos em tempos, com períodos de sono regular
e revigorante entre eles, passa a ser chamada de insónia intermitente.
1.2.2.3.Insónia crónica
As insónias
de longa duração ou crónicas são as que duram mais de três semanas. Podem ser
relacionadas a estresse contínuo, depressão, abuso de álcool ou drogas e hábitos inadequados para dormir, como o excesso
de café (cafeína).
1.3. Causas
Existem
muitas possíveis causas para insónia:
Estimulantes do SNC: cafeína, nicotina, anfetaminas, cocaína, metanfetaminas, antidepressivos, pseudoefedrina...
Abstinência de depressores do SNC: álcool, nicotina, benzodiazepinas, opioides, antipsicóticos, anticonvulsivantes...
Eventos
estressantes: avaliação de desempenho, doença ou morte de ente
querido, problemas de relacionamento...
Mudança
na rotina de sono: especialmente em trabalhadores com jornadas variáveis ou após viagens
longas por Jet Lag.
Hábitos
irregulares: Dormir e acordar em horas diferentes a cada dia, o
organismo precisa de uma rotina para regular o ciclo de sono-vigilia;
Ambiente
inadequado: As luzes brilhantes, sons agudos e movimentos
despertam o cérebro e atrasam o sono. Por isso deve-se evitar computador, TV,
celular ou aparelhos similares antes de dormir. Dormir com animais também piora
a qualidade do sono. Cheiros, superfícies e temperaturas desagradáveis também
podem impedir o sono.
Transtornos
psicológicos: depressão clínica, transtorno de ansiedade
generalizada, transtorno de
estresse pós-traumático, esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo, hiperatividade...
Transtornos
neurológicos: Traumatismo cranioence fálico, Demência vascular, Doença de Parkinson, doença de Alzheimer e a rara insónia familiar fatal...
1.4.
Sinais e sintomas
Os sintomas da insónia geralmente são:
·
Sonolência durante o dia
·
Cansaço e fraqueza
·
Mau humor e irritabilidade
·
Dificuldade de concentração e memória
·
Reflexos mais lentos
A insónia
crónica aumenta o risco de acidentes e de desenvolver transtornos
psiquiátricos.
1.5. Epidemiologia
Entre 10
e 30% dos adultos tem pelo menos um episódio de insónia no mês e cerca de 5%
vários episódios por mês. A insónia é 40% mais diagnosticada em mulheres. É
incomum entre crianças e adolescentes. É mais frequente entre adulto jovem
(entre 20 e 30 anos) e entre idosos (maiores de 65 anos).
A insónia
ocorre mais em populações urbanas do que rurais. Estudos populacionais de
adultos no Brasil revelaram a insónia em
32% da população de São José do Rio Preto, no estado de São Paulo, uma cidade de porte médio;
avaliação semelhante em zona rural revelou insónia em 16,8%, no Município
de Jaraguari, Estado do Mato Grosso do Sul.
1.6. Prevenção
Episódios
de insónia muitas vezes podem ser prevenidos com modificação dos hábitos
inadequados para dormir, preparando o local de dormir, organizando uma rotina
de sono, evitando estimulantes, praticando exercícios regularmente ou com
técnicas de meditação.
1.7.
Tratamento
O
tratamento é bastante amplo e depende da causa. O tratamento da insónia crónica
deve começar organizando o tratamento de qualquer condição subjacentes que
possa causar a insónia, como problemas cardíacos, pulmonares ou endócrinos.
Vários
estudos concluem que a terapia
cognitivo-comportamental para insónia é superior a longo prazo que tratamento com benzodiazepinas ou outros sedativos. A terapia pode envolver
técnicas para lidar com a ansiedade, um diário para identificar os hábitos
não-saudáveis, só usar a cama para dormir e sexo, regular a luz e música do
quarto e parar de se esforçar para dormir.
1.8.Factores de
risco
Muitas pessoas podem apresentar
um quadro de insónia ocasionalmente. Mas o risco de insónia é maior em:
·
Pessoas do sexo
feminino. As mulheres são muito mais propensas a sofrer de insónia,
principalmente por causa de mudanças hormonais durante o ciclo menstrual e na
menopausa. A insónia também é comum com a gravidez.
·
Pessoas acima dos 60
anos de idade, devido principalmente às alterações nos padrões de sono e a
problemas de saúde.
·
Pessoas com algum
distúrbio de saúde mental, como depressão, ansiedade, transtorno bipolar e o transtorno de estresse pós-traumático são
mais propensas a apresentar insónia.
·
Pessoas sob estresse.
Fatos estressantes podem causar insónia temporária.
·
Trabalhar à noite ou
viajar a trabalho, que envolva trocas frequentes de fuso horário.
1.9.
Complicações possíveis
O sono é tão importante para a
saúde quanto uma dieta saudável e exercícios físicos regulares. Seja qual for o
motivo para a perda do sono, insônia pode afetar e prejudicar a saúde física e
mental. Pessoas com insônia possuem baixa qualidade de vida em comparação às
pessoas que dormem bem. Complicações da insônia podem incluir:
·
Menor
desempenho no trabalho ou nos estudos
·
Tempo de
reacção e reflexo mais lento, acompanhado de maior risco de acidentes
·
Problemas
psiquiátricos, como depressão ou transtorno de ansiedade
·
Excesso de
peso ou obesidade
·
Irritabilidade
·
Aumento do
risco de adquirir doenças de longo prazo, como hipertensão, doenças cardíacas e diabetes
·
Abuso de
substâncias, como cigarro, álcool, cafeína e outras drogas.
1.10.
Consequências da
insónia
Não dormir, dormir pouco ou mal pode
converter-se numa verdadeira tortura. Uma pessoa que sistematicamente demore
muito a adormecer é vítima de um transtorno que se repercute negativamente
sobre o seu corpo, as suas funções mentais e o seu rendimento durante o dia.
1.10.1. Principais consequências da falta de sono
·
Diminuição
da capacidade de atenção.
·
Deterioração
da resposta motora.
·
Atraso
na capacidade da reação ante estímulos.
·
Diminuição
da capacidade na tomada de decisões.
·
Agravamento
do estado de memória.
·
Possibilidade
de desenvolvimento de alterações sensoriais como a redução do campo visual ou
abrandamento da fala.
·
Deterioração
de determinadas funções cerebrais, como a flexibilidade e originalidade de
pensamento ou perspicácia.
1.10.2. Alterações do humor.
Estas são algumas consequências mais
comuns da insónia, que podem provocar a alteração de rendimento das tarefas
laborais, assim como diminuir a qualidade de vida. Contudo, são no geral
reversíveis assim que se restabelece o sono de forma adequada.
CONCLUSÃO
Depois de
algumas investigações posso concluir que a insónia é um distúrbio persistente
que prejudica a capacidade de uma pessoa adormecer ou, ainda, de permanecer
dormindo durante toda a noite. Pessoas com insónia geralmente começam o dia já
se sentindo cansadas, têm problemas de humor e falta de energia e têm o desempenho
no trabalho ou nos estudos prejudicado por causa deste distúrbio. A qualidade
de vida da pessoa, em geral, costuma ficar comprometida pela insónia.
Muitos
adultos apresentam insónia em algum momento da vida, mas algumas pessoas têm
insónia crónica, que pode perdurar por um período de tempo muito maior do que o
normal. A insónia pode ser, ainda, um distúrbio secundário causado por outros
motivos, como doença ou uso indevido de medicação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
I.
MAQUES,
António, “Insonia na Idade
adulta” Ed. Porto de 2000;
II.
MANUEL,
Jacinto; MARQUES António e OUTROS; “Complicações da Insónia”,
Ver. por: Texto Editora em 2009;
III.
SITE: www.trabalhosorganizados.blogspot.com
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